16 de maio de 2023, 11:06

Emocionado, militar se despede do CBMSE após 30 anos de serviço


Publicada em 05/04/2018

“Nesse último dia de serviço, gostaria de agradecer muito à corporação. O Corpo de Bombeiros me deu tudo. Tudo que eu tenho e tudo que eu sou”. A frase é do tenente BM Gutenberg Alves da Invenção e expressa o sentimento do bombeiro, que na manhã da última quarta-feira (04), iniciou, bastante emocionado, o seu último plantão como militar da ativa do Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBMSE).

O tenente Gutenberg iniciou sua carreira militar em 04 de agosto de 1989 e logo se apaixonou pela profissão. “Inicialmente era para ‘passar uma chuva’. Tinha a intenção de buscar empregos melhores, pois como naquela época o salário não era tão bom, eu pensava em passar um pequeno tempo aqui e depois buscar outras oportunidades. Mas como eu me apaixonei verdadeiramente pelo Corpo de Bombeiros, fiquei até a data de hoje”, disse o militar.

“Nesses anos todos, algumas ocorrências marcaram a minha vida. A primeira eu ainda era soldado, por volta de 1990/1991. Nós fomos atender a um chamado de um incêndio em veículo que havia capotado em Nossa Senhora do Rosário. As vítimas estavam carbonizadas dentro do carro. Após conseguir debelar o incêndio, começamos a tirar os corpos de dentro do veículo e percebi que havia uma mulher gestante, com aproximadamente 06 ou 07 meses de gestação. Vendo aquela cena, eu lembrei da minha esposa que estava grávida e, naquele momento, eu caí por terra. Foi o subtenente Santos, na época cabo, quem me amparou, conversou comigo e me deu muitas instruções. E aprendi muito com ele”, recorda Gutenberg.

“Outra ocorrência marcante foi um acidente automobilístico que aconteceu entre Estância e Umbaúba, em que uma família inteira morreu esmagada dentro do carro. Isso me chamou muito a atenção, pois foi uma cena incrível. A gente não sabia nem que carro era. Só soube porque vimos um pedaço do nome do veículo”, afirmou o tenente, ao lembrar também de um soterramento que aconteceu no bairro Japãozinho, em que havia um senhor que ficou enterrado até a altura da cintura, com o paredão prestes a cair em cima dele. “A vítima perguntava desesperadamente se ele ia morrer. Eu disse: se o senhor morrer, a gente morre junto”. Mas conseguimos resgatá-lo sem maiores danos para ele e para a nossa equipe”.

Ao longo dos mais de 30 anos de serviço, o tenente Gutenberg já atuou em várias unidades do CBMSE, como a Diretoria de Atividades Técnicas (DAT), nos quartéis de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e Lagarto, além do Centro de Manutenção (CEMAN). “Por muitos anos fui condutor de viaturas. Foi a função com a qual eu mais me identifiquei. É uma coisa que eu amo fazer. Amo dirigir as viaturas do Corpo de Bombeiros”, finalizou o tenente Gutenberg.


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