Bombeiros celebram o Dia Nacional do Homem com ações de cuidado da saúde

Publicado em 15/07/2015

O Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBMSE) promoveu, na manhã desta sexta-feira (17), no quartel central da Rua Siriri, em Aracaju/SE, um Workshop sobre o Dia Nacional do Homem – comemorado em 15 de Julho. Com o tema ‘Promovendo a Saúde do Combatente’, o evento contou com uma palestra sobre Saúde do Homem, apresentação musical e ginástica laboral, além de verificação de pressão arterial, avaliação do índice de massa corpórea (IMC), vacinação, massagens relaxantes com reiki, reflexologia podal e acumpultura auricular.

As atividades beneficiaram os bombeiros do serviço operacional e administrativo. A iniciativa foi do Centro de Humanização da Mente, Corpo e Espírito (Chamce) do CBMSE e contou com o apoio das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde e do Movimento Popular de Saúde (MOPS). Para a coordenadora da Saúde do Homem da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju, Ana Carolina Miranda, o evento foi importante para chamar a atenção dos homens sobre a necessidade de prevenção a doenças como câncer de próstata, hipertensão arterial e diabetes.

“As ações de ida aos locais onde se concentra maior público masculino, a exemplo do Corpo de Bombeiros, fazem parte da proposta de Política de Atenção Integral da Saúde do Homem, que envolve a mudança de paradigmas junto aos segmentos masculinos, para que promovam os cuidados com sua saúde e com a saúde se suas famílias”, ressalta a coordenadora.

Pesquisas do Ministério da Saúde, no âmbito da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, apontam que, apesar de serem mais vulneráveis às doenças, os homens não buscam, tanto quanto as mulheres, os serviços de atenção básica. A baixa adesão dos homens às ações de saúde ocorre principalmente por conta de barreiras socioculturais e institucionais. Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de SE, coronel BM Regnaldo Dória, os homens crescem dentro de uma camisa de força da masculinidade e sãos podados a não demonstrar sentimento.

“Até hoje, muitos acham que assumir que está doente é demonstração de fragilidade, fraqueza. Pior ainda quando a gente fica adulto e ingressa na carreira militar. Mas precisamos mudar essa postura! Somos fortes ao assumir que precisamos cuidar da saúde! Muitos homens têm adoecido e morrido por conta de comportamentos machistas. Já perdemos vários bombeiros para o câncer, o infarto, o AVC e o diabetes. E uma das desculpas para não se cuidar é o horário de funcionamento dos serviços assistenciais de saúde, que normalmente coincide com o horário de trabalho. É por isso que resolvemos trazer todas essas ações de prevenção a doenças. Queremos conscientizar nossos homens do quanto é importante procurar um médico e fazer exames periodicamente”, diz o comandante.

A necessidade de mudança da visão machista de que homem não adoece também foi destacada na palestra ministrada pela coordenadora do Núcleo de Apoio à Saúde da Família da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju, a mestre em Saúde Coletiva Clesimary Molina Martins. De acordo com ela, os homens vivem 7,3 anos a menos que as mulheres no Brasil e foi pensando nisso que se criou, em âmbito nacional e local, uma política específica para tratar do assunto. “Em Aracaju, o Programa de Saúde do Homem foi criado em dezembro de 2009. Aqui na capital sergipana, os homens representam 46,48% da população. Em âmbito nacional, esse índice aumenta para 48,7%. Estatísticas nacionais revelam ainda que a cada cinco pessoas que morrem na faixa etária de 20 a 30 anos, quatro são homens. As principais causas de morte dos homens são externas, ou seja, acidente de trânsito, homicídios etc”, explica a palestrante.

Durante o evento, o comandante do Corpo de Bombeiros assinou a Portaria 071/2015, que institui o Chamce do CBMSE. Considerado órgão de apoio da Diretoria de Pessoal, Ensino e Instrução, subordinado diretamente ao Departamento de Recursos Humanos, o Centro atuará de forma multidisciplinar e visa prevenir o adoecimento e promover a qualidade de vida dos bombeiros militares.

“A ideia é torná-los menos vulneráveis ao sofrimento físico e psicopatológico, melhorando suas relações interpessoais tanto dentro como fora da instituição, proporcionando a elevação de sua inteligência emocional e preparando-os para os desafios durante e após a carreira milita”, salienta a coordenadora do Centro, major BM Sanany Alves.