4 de novembro de 2022, 09:21

Bombeiros resgatam dois cadáveres em poço na cidade de Capela


Nesta quinta-feira (01), as equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBMSE) deslocaram-se para o Povoado Miranda, no município de Capela, para retirar dois cadáveres de dentro de um poço. As vítimas eram pai e filho, de 65 e 38 anos, respectivamente.

Por ser uma ocorrência que demandava uma equipe especializada em busca de vítimas em meio aquático, a guarnição de Propriá, que tinha sido acionada inicialmente para a ação, solicitou o apoio da equipe de mergulho. O tenente Sinério dos Santos, guarda-vidas e mergulhador do CBMSE, que participou do resgate, afirma que foi uma ação complicada.

“Não é uma ocorrência comum. Então o resgate foi realizado com toda cautela e segurança, pois o ambiente era um poço com aproximadamente 20 metros até chegar a lâmina d’água e mais 6 metros de profundidade para descer e chegar até os corpos, a fim de se fazer a amarração e subir com a vítimas. Na decida do mergulhador, utilizou- se a técnica de Salvamento em Altura, além de descer com a mangueira de ar e equipamentos adequados para o resgate”, explica o tenente.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) já estava no local e a operação teve apoio da Polícia Militar (PM), que isolou a área para que os bombeiros pudessem realizar a operação com segurança.

Orientação

Os dois homens morreram enquanto tentavam limpar o poço artesiano. Segundo o sargento BM Roberto Bastos, a atitude das vítimas acontece com frequência no interior do estado, mas é um procedimento arriscado. “Quando o poço já tem muito tempo de uso, acumulam-se gases, resultantes, por exemplo, da putrefação dos corpos de animais. São liberados gases tóxicos, como sulfeto de hidrogênio, metano e enxofre. Muitos desses gases são mais pesados que o ar e por isso se acumulam na parte mais baixa do poço, sendo nocivo à saúde, além de retirar o oxigênio”, explica.

O Corpo de Bombeiros orienta que este tipo de atividade de limpeza seja feita por profissionais habilitados ou tecnicamente qualificados. “Quem faz esse serviço tem materiais para medição do ar lá embaixo, para saber se é um espaço confinado respirável ou se é tóxico. Esse pessoal possui equipamento necessário para descer, como a corda própria para a atividade, usando-se técnicas mais seguras”, frisa o sargento.

Por: Flávia Barreto