9 de maio de 2023, 08:58
Projeto “Um Dia de Bombeiro” aproxima sociedade do CBMSE
Publicado em 07/07/2008
“Eu vejo o bombeiro não como um homem do fogo, mas como um homem da vida. Foi no Corpo de Bombeiros que eu encontrei a vida do meu filho. No meu filho corre o sangue de muitos bombeiros”. O depoimento é de Suyan Fontes de Santana, mãe do pequeno João Victor Santana Garcia Carvalho, de 5 anos, que se recupera de uma leucemia graças à doação voluntária de sangue de bombeiros e que vivenciou a sensação de ser bombeiro por um dia.
Ele e mais cinco pessoas participaram na última sexta-feira, dia 5 de julho, do Projeto “Um Dia de Bombeiro”, dentro das comemorações pelo Dia Nacional do Bombeiro, 2 de julho. Para a mãe de João Victor, participar desse dia foi um presente, já que a relação do menino com os bombeiros vai muito além da doação de sangue.
“Ele tem quatro carrinhos de bombeiro em casa e era com eles que João brincava sempre que chegava do tratamento. Teve um ano que ele quis ir ver o desfile de 7 de setembro só para ver os bombeiros passando. Todo esse mundo que ele montou dentro dele ajudou na recuperação. Essa semana está sendo muito especial porque foi o aniversário dele, no dia 1º de julho, e ele recebeu dois presentes: teve alta e está aqui hoje ”, conta Suyan.
Projeto – Segundo a tenente Maristela, que coordena o projeto, todos os anos são convidados esportistas, representantes da imprensa e da sociedade em geral para que eles conheçam o dia-a-dia da profissão. Este ano, além de João Victor, participaram o lutador Falcão; a jornalista Lanne Pacheco; o fundador da Escolinha Zebra, Paulo Santos; além de dois parentes de bombeiros.
O comandante geral CBMSE, coronel Reginaldo Santos Moura, falou sobre o sentimento do bombeiro numa ocorrência e a relação da corporação com a sociedade. “É indescritível o que se sente num salvamento e gratifica qualquer pessoa. O bombeiro sempre teve essa interação com a comunidade e nada mais justo que colocar à disposição dessas pessoas a nossa estrutura para que elas possam conhecer mais de perto nosso trabalho”, afirmou.
Expectativa – A expectativa era visível no rosto dos bombeiros honorários quando eles chegaram ao Quartel do Comando Geral (QCG) e vestiram a farda. “Eu nunca imaginei um dia estar na pele de um bombeiro, porque é uma profissão muito bonita, mas perigosa. Ontem preparei a farda e fiquei me imaginando nela, pensando no que ia acontecer”, contou a jornalista Lanne Pacheco.
Ainda no QCG, eles participaram do hasteament o da bandeira, fizeram uma visita às instalações e tiveram noções básicas de primeiros socorros. Depois foi a hora de sentir a adrenalina do brado tocando, simulando um chamado e os bombeiros por um dia seguiram em três viaturas com destino ao destacamento do Corpo de Bombeiros na Infraero, no aeroporto de Aracaju. “Por onde a gente passava as pessoas paravam para olhar com admiração”, disse Manoel Messias Filho, pai do aluno do Curso de Formação de Soldado (CFSd) David.
Na Infraero, depois de conhecer a estrutura do local, a emoção ficou por conta de um rappel de cerca de 10 metros, tarefa que nenhum dos bombeiros deixou de cumprir. “É emocionante a gente vivenciar isso, para poder sentir na pele o que realmente um bombeiro passa e poder dar o valor que eles merecem”, contou Maria Purificação, esposa do sargento Sinério.
Proximidade – Por fim, foi a vez da simulação de combate a incêndio, seguida do encerramento com a entrega de certificado e troféus aos participantes. Acostumado a momentos de adrenalina, o lutador Falcão confessou ter ficado emocionado. “A sensação de você ser chamado, da sirene, de entrar no carro e ter um tempo curto para chegar e salvar mexeu muito comigo”, contou.
O dia foi ainda mais especial para o lutador porque ele também já esteve do outro lado, como vítima socorrida pelo Corpo de Bombeiros. “Há mais ou menos uns sete anos eu sofri um acidente de moto e na época todo o resgate foi feito pelo Corpo de Bombeiros. Eu lembro mais do sargento Nunes, porque foi ele quem imobilizou a minha perna. Na época, o médico falou que se não fosse o trabalho bem feito dele, eu teria perdido a perna. Isso eu agradeço primeiro a Deus, segundo ao sargento Nunes e depois à competência dos médicos. Por isso eu tenho uma ligação muito forte com os bombeiros”, disse.
Texto e fotos: Aluna CFSd Dinah Menezes
Jornalista DRT 888/SE
Centro de Ensino e Instrução (CEI)