16 de maio de 2023, 10:38
Semana Salvando Salvadores prossegue com palestras sobre exposição solar e outros temas
Publicada em 25/10/2017
A I Semana Salvando Salvadores, promovida pelo Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBMSE) no quartel central de Aracaju/SE, trouxe à tona, nesta quarta-feira (25) debates sobre exposição solar e desidratação, estresses ocupacionais em profissionais que atuam em serviço de atendimento móvel de urgência, protocolo pós-exposição e riscos ocupacionais em profissionais do canil. O evento, que começou na última segunda-feira (23) e prossegue até sexta (27), tem o objetivo de discutir e propor ações de promoção da saúde ocupacional dos profissionais da corporação.
O médico dermatologista Emerson Ferreira da Costa, que é doutor em Microbiologia e Imunologia, foi o primeiro palestrante da programação do dia, com o tema ‘Exposição Solar e Desidratação’. O assunto chamou a atenção principalmente dos guarda-vidas que participavam do evento, já que trabalham diariamente expostos ao Sol. Ele ressaltou que eventos como a Semana Salvando Salvadores pode ser considerada uma ação importante de medicina preventiva, orientou sobre a necessidade do uso de filtro solar e explicou que a queimadura solar pode provocar câncer.
“A exposição acumulada está relacionada ao aparecimento de câncer na pele. Esse tipo de câncer é dividido em câncer melanoma e câncer não melanoma. O melanoma é, na maioria das vezes, um sinal preto, a chamada pinta. No caso do melanoma, tempo é fundamental. A pessoa que já teve um câncer na pele tem de se cuidar, porque as chances de ter outro são maiores. Quem nuca teve a doença, mas que possui casos na família, também deve se cuidar, por conta da questão genética. Para quem não teve a doença na família ou em si mesmo, mas é cheio de sinal escuro, é preciso ficar atento. Quem não tem esses sinais nem caso na família tem uma menor chance de desenvolver o câncer na pele”, diz o doutor Emerson.
Nestes sinais escuros, devem-se observar, segundo o dermatologista, se há assimetria, bordas irregulares, tons e cores diversificadas, se medem mais de 6 milímetros de diâmetro e se estão em evolução. “As pequenas manchas no rosto que aparecem na pele depois de determinada idade não são sinônimos de velhice. Nem toda pessoa velha possui estas manchas. Isso depende do quanto a pessoa se expôs ao Sol ao longo da vida. Podemos avaliar se a pessoa tomou muito Sol apenas analisando a pele. O ser humano precisa de 8 a 15 minutos de exposição do Sol para fazer a síntese de vitamina D. Passado esse tempo, o ideal é usar protetor solar, lembrando que nenhum protetor solar protege 100%”.
Outra palestra que atraiu a atenção dos bombeiros tratou dos “Estressores Ocupacionais em Profissionais de Enfermagem que Atuam no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência”. De acordo com o sargento BM Josival de Melo, instrutor de suporte básico de vida que ministrou a palestra, o estresse ocupacional leva em consideração a carga psicológica excessiva, condições gerais do ambiente de trabalho, riscos expostos e susceptibilidade do indivíduo. De acordo com o palestrante, o estresse pode ser potencializado por fatores como longas jornadas de trabalho, trabalho noturno, condições insalubres e situações inesperadas.
“O estresse provoca o desgaste físico e emocional, afeta diretamente a saúde dos trabalhadores e provoca exaustão profissional. Ele pode desencadear doenças físicas e mudanças comportamentais, como indivíduo mal-humorado, que já acorda irritado. Essa alteração de humor pode ter uma relação íntima com os agentes causadores do estresse. O profissional também pode ter a predisposição pelo negativo, ou seja, aquele cidadão que não consegue liberar a energia e tem um sentimento de que tudo o que faz não dá certo, tendo uma baixa autoestima. Como consequência, essa pessoa tem um esgotamento emocional”, explica o sargento Josival.
Já a sargento BM Perla Fontenele, que é pós-graduada em enfermagem do trabalho, falou sobre Protocolo Pós-Exposição. Em sua palestra, ela citou as atividades de bombeiro militar que geram exposição a riscos biológicos, tais como desencarceramento, retirada de anel, contenção de paciente psiquiátrico, afogamento e resgate de cadáver. Ela ressaltou que os riscos aumentam quando entram em cena a agilidade, o estresse e a autoconfiança.
“Temos que impor barreiras aos riscos, como o uso de luvas de proteção e manter atualizado o cartão de vacinação. Quanto maior proximidade com o paciente, maior o risco de exposição a sangue e outros fluidos biológicos. Quando estamos próximo à vítima enquanto atuamos em um desencarceramento, por exemplo, precisamos ter cuidado durante a estabilização da vertical, porque estamos muito próximo e expostos a riscos biológicos. Os acidentes ocupacionais não são uma preocupação só dos socorristas, mas de todos os combatentes. Nós só temos entre 2 e 72 horas para tomar medidas de cuidado com a área cutânea exposta a materiais potencialmente infectantes. O ideal é que, assim que acontecer a exposição, fazer a limpeza do ferimento no local que foi exposto e ir imediatamente para uma unidade de saúde, porque quanto maior tempo, maior o risco da contaminação. Após esse tempo, a profilaxia não é mais indicada”, reforça Perla.
A última palestra do terceiro dia de evento foi do capitão BM Alisson Carvalho, que falou sobre os Riscos Ocupacionais nos Profissionais do Canil. A I Semana Salvando Salvadores terá continuidade nesta quinta (26), com discussões sobre medicina hiperbárica, mecanismo celetista no regime estatutário e exposição a ruídos.